sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Todo ser humano quer sempre as mesmas coisas e ao mesmo tempo: a liberdade, para que a prisão não o sufoque, e alguma espécie de prisão, para que a liberdade não o destrua.
Toda dor deixa uma marca e esta marca está sempre presente. Olhamos para ela e o aprendizado salta aos olhos. Daí o poder das marcas: ensinar sempre.
Se alguém vive um deserto de solidão por dentro e por fora, sei como é, pois já vivi assim. Entendo o peso. E, sobretudo, sei como é bom encontrar qualquer espécie de "refrigério", ainda que temporário. Sentir-se acolhido é um bálsamo, que transforma qualquer momento num deleite indizível.
É de Nietzsche a frase: "Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo." Aprendi com a vida o que esta frase diz. Dou valor a cada miúda brecha na janela por onde possa entrar uma Luz.
Quando eu penso que já vi de tudo nessa minha vida, acabo de nascer e nem mesmo abri os olhos ainda.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Não existem finais "infelizes". Todo final é feliz, porque a aparente infelicidade momentânea é a porta para a nova felicidade de amanhã.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Meu destino é o "Sol", onde há brilho próprio e luz divina que ofusca os olhos da ignorância e os ilumina na direção da vida.
Cristo, e seu ideal de vida, é pleno e magnífico. O sistema que os homens criaram a partir desses ideais é que é cheio de falhas e distorções. Esse sistema se chama "cristianismo".
Inserido em todo esse contexto existe você, cheio de divisões internas e sensações de aprisionamento. Ora se sente bom e caridoso. Ora se sente o pior dos demônios, faz coisas inexplicáveis e se pune por isso. Sente-se encurralado, quer aprender mais, sair dos sistemas, romper com estruturas e conceitos, mas não pode fazer isso. Ou talvez possa e não queira. Ou já tentou e desistiu por conta própria. Ou procura alguém que te impulsione para isso. Ou quase enlouqueceu quando tentou fazer isso, teve medo e preferiu voltar para a sua estabilidade, forçado pelas circunstâncias e variáveis envolvidas no contexto.

Acredite, você não está só. Muitos são exatamente como você.
Todas as convicções são vulneráveis. Assim como todo e qualquer conhecimento científico é superável. É ciência hoje. Amanhã, novo entendimento exsurge sobre a mesma matéria e aquilo que parecia brilhante ontem é ultrapassado e deixa de ser "a grande descoberta." Por esta razão, estou sempre aberta. Sou inteiramente aberta para escutar e ponderar, voltar atrás, rever, desde que, para isso, eu tenha argumentos justificáveis. Quem questiona os filósofos dentro de mim? Todos os dias revejo minhas ponderações sobre a vida e as coloco à prova. Não fecho portas, deixo absolutamente todas entreabertas. Não há lei na minha cadeia de pensamentos. Tudo é questionável. Converso com pessoas e "converso" com outros livros antagônicos aos meus entendimentos do momento. Minha mente é um prédio em construção. Vez por outra, derrubo tudo, porque não gostei da estrutura, e começo novamente. Não tenho medo de me confrontar, tampouco de confrontar meus erros e dificuldades. Não tenho medo de encontrar os ratos do meu porão. Minha natureza é indomável em muitos aspectos. Essa mancha no meu temperamento recebo com a mesma dignidade com a qual recebo todas as minhas qualidades. Acho que foi esta postura que me fez levantar vôo: a de não ter medo de mim.
O que está para além das conclusões mais elementares diante dos fatos nem todas as pessoas se esforçam para enxergar. Gosto de ultrapassar o discurso comum e buscar conclusões na essência das coisas, não na aparência delas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Gosto dos meus acertos. Mas, principalmente, gosto dos meus erros. Foram meus erros que me tornaram a pessoa que eu sou. E, finalmente, posso dizer que gosto de ser quem sou. Não me venero, porque não sou ninguém nesse mundo. Mas não me substimo, porque valorizo minha estória e o preço que paguei por ela.
Uma espécie de paz nova amanheceu junto comigo. Nenhuma, nem outra mulher, foi arremessada do penhasco. Elas pararam, se entreolharam e resolveram tomar um café. Ainda podem voltar a brigar mas, por hora, se aquietaram com algumas risadas e discussões triviais. Estou calma, serena e parcialmente conformada. Sei que não existe destino. Tudo é ação. Estou agindo. Agindo em prol da minha paz de espírito. E essa ação também é importante. Não vou me movimentar além disso. Por hora, descanso. E aguardo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

E é um Leão que vem agora, rasgando a carne e esfarelando os neurônios com pensamentos e idéias incongruentes. E são duas mulheres que lutam em cima de um penhasco, uma procurando atirar a outra lá embaixo. E na luta corpórea de ambas, sinto, em silêncio, o coração sendo esmagado por um Gigante que retira o ar e a fome. Um cenário de monstros ferozes e impiedosos se agita no peito, lugar aonde havia antes um coração que pulsava. E hoje, ele pulsa tanto, que não pulsa mais. E deveras tanto, tanto, que explode e morre de tanto pulsar. E cá está o coração, na minha mão, pulsando a minha vista, como se fosse um ser separado de mim, separado da mente, um ser inteiro. Contradição. Dualidade. Sou uma, sou duas, sou várias. Sou plúrima. Sem dúvida, isso é algum tipo de morte que nossa natureza enfrenta todos os dias, lutando em silêncio contra conflitos e infernos pessoais. E quem pode dizer que jamais sentiu-se assim? Como me enojam seres que amam mostrar a todos a mentirosa perfeição que pensam possuirem, mas que sabem não possuí-la. E travestem suas naturezas para não mostrarem suas fraquezas ao mundo, em troca da devoção de tolos baseada em idéias falsas. E, com isso, se alegram por esconderem suas mazelas. Enquanto isso, penso eu que sou forte, porque vou aonde ninguém tem coragem de ir, faço o que pouca gente tem coragem de fazer: uma viagem para dentro da mim, em busca dos centauros e seres mitológicos que moram aqui dentro, seres de duas cabeças, muitos olhos e dentes.
Natureza humana. Sou eu. Somos todos nós. Iguais.  
Sonho em me encontrar com quem inventou a "religião formal". E puni-lo exatamente como ele merece: sem dó ou piedade.
Não vou caber. Sou esparsa demais para isso. A matéria prima da minha natureza é o ar.
Ao longo da jornada, vá deixando pela estrada tudo que for velho e sobrecarrega as costas. Quando chegar no destino, estará mais leve e mais iluminado para receber o novo cenário. Na outra ponta haverá sempre um recomeço.
Natureza humana. Há uma lei interna universal e não há escapatória: a dose de desafio dispensada para a conquista é diretamente proporcional ao valor dado à coisa. Já dizia Nietzsche: "A conquista é a morte do desejo."

domingo, 16 de janeiro de 2011

Posso me sentir revoltada sem deixar que a revolta me consuma. Mas se me consumir, vou deixar que queime até a última labareda. Esta é a única maneira de haver uma cura. Eu sou assim: extrema. E no contexto posso dizer: sim, estou revoltada. E muito. Acordei desta forma hoje, depois de lastimar quase exatas 216 horas remoendo angústias justificadas e insanas. Agora, vou deixar que a chama me consuma por completo para que eu tenha uma chance mínima de me conformar. Nasci para a ação. E como me dói e me dilacera estar frente a uma situação acerca da qual, sob todo o qualquer ponto de vista, não há absolutamente nada que eu possa fazer sem manchar de preto e cinza uma atmosfera calma e serena. E eu não vou assaltar a paz alheia, porque em toda a minha aparente loucura, tenho a sanidade num pedestal sagrado.

A impotência...

Estou impotente. Meu Deus, estou impotente dessa vez como nunca antes...Destaque para isso. Porque esta é a única coisa que tem o poder de me matar. Sentir-se impotente é o fim da paz de espírito para alguém que se sente tão livre como eu. E, desta vez, absolutamente nada posso fazer. Nada posso tocar. Nada posso ser. Nada posso dizer. Nada posso escutar. Nada posso querer. Nada posso tentar. Nada, nada, nada.

Um pensamento e um sentimento. Primeiro, uma vertigem que absorve a racionalidade. Depois, um susto que te enfrenta como uma rocha e esmaga o corpo. Depois, um ímpeto de agitação crônico, que te desperta da morte e manipula idéias na mente. Depois, outro susto ainda maior, como uma agulha enfiada embaixo da unha, que te faz enxergar a única verdade que existe. E, na sequência, vem uma espécie de  loucura. E ela nunca vem sozinha. Traz qualquer tipo de morte consigo. Pensei, naquele instante, que morreria ali, olhando aquele sorriso e ouvindo aquela voz.

Peguei o carro e não sabia mais para onde ir. A incongruência entre a Liberdade Nata e a Prisão Eleita desnortearam meus sentidos. Eu, extremamente livre, ao lado de um Castelo Forte, cercado de soldados à porta e fortalezas da mente. E eu, em minha franca liberdade, morri aos pés de uma cruz e recebi de presente alguma espécie de chaga, que agora está gravada em minha mente como um traço de insanidade.

Tive um pesadelo. Um pesadelo recheado de edemas, marcas e cárceres. Tragédia. Uma dor aguda. Acordei dormente e bebi um copo de água. E é apenas isto que posso fazer. Esperar que passe a revolta. E tentar beber um pouco da Água da Vida. Mais revolta. E o conjunto da obra é a minha revolta maior, que se apresenta como a mais extrema de todas as punições: a minha maior fraqueza. Revolta. E o meu sentimento de impotência não cabe mais em mim...

Mas a cura virá. Sempre vem. Porque eu só sou humana e, nesta condição, como todo e qualquer outro ser humano, luto contra mim mesma. Me mantenho sã e lúcida, apesar de tudo. Mas hoje, apenas hoje, a revolta me consumiu. Vou deixar que ela queime até o fim...Até que não sobre mais nada...Só assim é possível recobrar o equilíbrio.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Se os homens inteligentes não fossem vaidosos, o progresso da humanidade já teria dobrado. Infelizmente, a qualidade de um neurônio é, quase sempre, diretamente proporcional ao tamanho da cama de vaidade na qual seu dono descansa.
Nas piores cenários e momentos, ainda encontro beleza e sonho, ainda julgo que vale a pena continuar vivendo, ainda considero inexplicavelmente perfeita e milagrosa a experiência de poder respirar, pensar, sentir. Quem sabe isso seja o que chamam de felicidade?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dogmas. Alguém os criou somente porque sabia que existiriam pessoas aptas a acreditar que eles seriam para sempre imutáveis. Exercício de poder sobre o outro. Vaidade. Nada mais. Não posso deixar que você faça aquilo que eu mesmo não tenho coragem de fazer. Por isso crio dogmas e coloco suas pesadas cargas sobre seus ombros para que você sofra junto comigo neste mar de solidão em que vivo. Assim pensa quem cria dogmas. Domínio.

Viva à liberdade racional, clara e incontestável de todo e qualquer ser humano da face da tarde. Ética no trato com o outro, preservação da vida, da ordem social e dos elementares princípios da moral comum. Fora isso, tudo o mais que aprisione não passa de mentira inventada pelo homem para satisfazer sua ânsia de poder sobre as massas.   
Os pés numa rocha. Agora sim, pareço comigo. Lastimo sempre que saio de mim. Quem não sai? Humanos, demasiado humanos, diria Meu Preferido.
Devaneios, uma noite sem dormir; outro devaneio, um desacerto interno qualquer, uma rachadura na alma de ponta a ponta, um tormento proibido, um mar que balança despejando sobre a orla ondas bravias, um cérebro que ofusca-se e ensaia como seria dar ouvidos a uma voz do coração. E desse ensaio, vem o susto!
E nesse susto revela-se algo que não poderiamos mais enxergar se as névoas dos sentimentos já tivessem cegados nossos olhos. Sorte. Porque ainda é possível ver. E eu vejo. E ainda vejo com inexorável lucidez. E porque vejo, penso. E porque penso, enxergo a dimensão dos meus atos. E assim como eu sou livre e posso agir, posso também abster-me de qualquer prática. Sou livre, porque minha Razão assim me diz que sou. Razão, minha amiga adorada, sem a qual eu não seria ninguém. Entra e dissolve a névoa de idéias, restaura o equilíbrio e fortalece novamente os sentidos para ver o que pode ser visto, o que deve ser visto, o que é preciso ser visto. Cega meus olhos para aquilo que não devo enxergar com a mente. Porque se enxergo com a mente, é porque o conceito, a idéia, a vontade existe no coração. E se existe no coração, há uma outra de mim em luta comigo. E cansa. Lutar comigo cansa. E eu não quero gastar minha energia na luta. Por isso, invoco sempre a Razão, que luta por mim. E nunca houve uma única vez em que ela deixasse de me socorrer. Soberana. Maior do que eu apenas porque eu mesma resolvi dar ouvidos a ela. Do contrário, ela não seria soberana. A loucura seria. E me faria louca.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Liberdade. Palavra plena, um refresco, um oásis. Pareço senti-la quase sempre. Mas, em certos momentos, vejo que uma espécie de escravidão me acompanha e a todo ser humano: o sentimento de impotência. Sou, de certo modo, escrava, no sentido de não poder realizar alguma coisa que dependa da vontade de outra pessoa. Não posso decidir pelo outro. Se algo que quero depende de outra pessoa, então sou escrava de sua vontade. Não posso dizer a alguém: venha ao encontro da minha liberdade e realize meus desejos. Livre-arbítrio. Liberdade. Só que do outro. O outro é livre. Igual eu sou. Posso adentrar sua esfera privada e romper seu equilíbrio? Poder, eu posso. Mas não convém. Respeito à liberdade: uma via de mão dupla. Respeito a do outro porque almejo ver a minha respeitada. Me recolho a minha insignificância perante o livre-arbítrio do outro. O que fazer? Não almejo. E não almejar é neutralizar o seu poder sobre mim. Livre outra vez. Agora sim, falo de mim. A minha liberdade. Porque liberdade é não querer.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Amor não escolhe hora, dia, momento, causa, circunstância. O amor é soberano, não precisa se explicar. E  se tivermos que seguir uma regra para amar, talvez esse amor seja muito pequeno. E se tivermos que achar um motivo para justificar o amor, talvez ele nem mesmo exista. O amor não se deixa enquadrar. Nasce como uma flor no jardim da mais completa imprevisibilidade.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mudança do curso da marcha da nossa vida. A quem compete? Cada um é titular do seu destino. Sorte? Em poucos casos. No mais, esforço, renúncia, investimento. Acelerar passos ou diminuir o ritmo? Ou mesmo mudar de rota completamente? Escolhas necessárias. Só nós podemos escolher. E quem disse que um caminho escolhido há anos precisa continuar sendo a escolha de hoje? O ser humano muda. Cenários mudam. Músicas param de tocar. E outras são compostas. Cores empalidecem. E outras cores, combinadas, formam uma outra cor nunca antes pensada. Momentos desaparecem, dando lugar a momentos novos, pessoas novas, valores novos. Eu sou qualquer coisa apenas em relação ao hoje. O que eu fui ontem já deixou de ser. O que serei amanhã é um segredo que ninguém conhece.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Para o amor não existem becos sem saída. Ele traz à existência possibilidades. O amor sempre arruma uma maneira.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Sonhar não é sinônimo de viver alienado. Sonhar é construir uma realidade na mente antes de construí-la no mundo real. Sonhar é preciso. Sonhar é combustível para a máquina da realidade. Sonhar é o princípio. Tudo começa com um sonho. Sonhe! Não deixe que nada apague a luz da sua esperança.