quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

As duas moedas da perseverança: a boa e a má. Quem persevera obtém o que busca, certo? Nem sempre. É doloroso saber que você pode esperar vinte anos por algo que quer demais e não alcançar. Está preparado? Ou vive ilusões megalomaníacas que só podem terminar em uma coisa chamada depressão? Depressão é a doença da desilusão, de quem apostou e não venceu, de quem quis e não conquistou, de quem amou e não foi correspondido. Só quem persevera alcança, é verdade. Mas será que você sabe a hora de parar? Será que você sabe que muitas coisas que você almeja não valem o preço? Será que desperdiçar mais dez anos, além dos dez que você já desperdiçou, é o ideal? Será que é justo com você mesmo? Aonde termina a perseverança e começa a teimosia cega e irracional? Aonde termina o amor próprio e começa a autopiedade? Aonde termina a fé e começa o desespero de quem precisa provar  para si mesmo que não foi enganado ou que não se enganou? Saber a hora de parar também é inteligência e autopreservação.

Pensar machuca, questionar corrói. Ser confrontado com a realidade plural de cada fato é algo que dói. Eu quero todas as verdades de cada moeda. Busco em tudo realidades multifocais e não apenas a  parte que me convém, a mais leve, a mais florida, a mais fácil de ser  vivida. Não gosto de ilusões.  E não tenho mais medo do desespero que as descobertas da razão possam me causar.