sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Vida é relacionamento. Conviver. Somos as pessoas que conhecemos. Somos aquilo que com elas aprendemos.

O aprendizado mais importante é aquele que não está nos livros. O exemplo de vida, a estória, as ações.

Tem gente que nunca vai falar com você, mas vai te ensinar a tolerar.
Tem gente que vai falar freneticamente todos os dias tentando te ensinar coisas, mas aquilo que ela mais vai te ensinar vai acontecer justamente quando essa pessoa estiver calada.
Tem gente que só te viu uma vez e te disse uma frase que mudou a sua vida. Você nunca mais vai esquecer essa pessoa.
Tem gente que sabe tudo de filosofia, mas o que ela vai te ensinar de verdade será a amar a vida. É esse o aprendizado que importa.
Tem gente que sabe tudo de matemática, mas vai te ensinar a sonhar como ninguém poderia fazê-lo. É esse o aprendizado que faz diferença.
Tem gente com a qual nunca você poderá conversar sobre Nietzsche, mas que vai te ensinar a amar como ninguém poderia fazê-lo. É esse o aprendizado que mais importa.
Tem gente que jamais estudou na vida e vai te ensinar aquilo que é tão valioso que os livros nunca poderiam ensinar.
Vida é relacionamento.
Conviver é aprender todos os dias.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Não tenho nenhuma necessidade de ser exemplo, só de ser autêntica. Não quero ser seguida, quero ser livre. Deixo a necessidade de precisar ser exemplo para quem sente muitas culpas. Eu não sinto nenhuma.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Felicidade é um sentimento simples. Cuidado para não deixá-la ir embora por achar que ela precisa de grandes formatos. Felicidade não precisa de motivos extraordinários. Felicidade é existir, verbo simplesmente intransitivo.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Não meça sua felicidade pela aparente felicidade alheia. Até porque ela pode ser mesmo só "aparente". Invente seu modelo de felicidade. E goste dele. Goste de você, do seu estilo, da sua estória de vida, da sua realidade. Não se enquadre. Valorize o tempo e o esforço que você teve para chegar até aqui e alcançar a sua forma de felicidade. Qualquer que seja sua forma de felicidade, ela é só sua e serve apenas para você. Não receba o modelo pronto de ninguém. E jamais imponha o seu a outrem. Viva a sua felicidade. E não almeje a de ninguém. Viva apenas você. Não viva outra pessoa. Viva o melhor que você tem: você mesmo.
Tudo é energia. E energia, qualquer que seja ela, atrai uma energia igual. Criamos nosso estado de espírito e atraímos pessoas com energias semelhantes. Louco atrai louco. Melancolia atrai melancolia. Alegria atrai alegria. No fundo, portanto, somos nós quem determinamos com quem vamos nos relacionar. Pessoas não aparecem em nossas vidas por acaso. Foram convidadas. E se misturam às nossas energias se nós permitirmos que isto aconteça. Nós abrimos a porta para que nova tristeza some-se à nossa tristeza, tornando-se uma tristeza ainda maior. Ou nova alegria some-se à nossa alegria e torne-se uma energia plena de alegria. Por acreditar assim, tenho evitado por conta própria interagir com energias contrárias à vibração que almejo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Viver é uma arte. Cada um pinta o seu quadro de um jeito diferente, próprio. Respeitar o ser humano é respeitar a diversidade, a originalidade, a individualidade do outro. Querer padronizar é falta de respeito. Supor que seu modelo serve para todos é ignorância.
Já realizei muitas coisas consideradas difíceis pelo simples fato de achar que poderia.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O que seria do mundo se cada um de nós resolvesse ser autêntico e se mostrar à sociedade exatamente como é de fato? E se cada um de nós assumisse seus gostos, suas idéias, dissesse o que realmente pensa e só fizesse aquilo que quisesse fazer? Eu não gosto de perder meu tempo em grupos ou conversas que não me acrescentam mas, muitas vezes, sou literalmente obrigada a fazer isso. Regras sociais. Quem as criou foi o senso comum. E se eu fosse mais autêntica? Haveria represálias sérias. Ninguém suporta quem é livre, quem tem coragem de abrir mão do politicamente correto para assumir seu estilo de vida e seu verdadeiro modo de ser. Eu sempre gosto de refletir sobre essa frase: a liberdade incomoda. E como incomoda...Se alguém repreende seu jeito de ser, provavelmente gostaria de poder fazer o que você faz, mas se sente atado. E para quem é prisioneiro, o único alívio é criticar quem é livre.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Como um trator numa plantação: o que fica para trás não existe mais. Foi esmagado pela força da ação movida pela necessidade de seguir sempre em frente. O ser humano não nasceu para retroceder.
Senti uma saudade cortante. Lastimei alguns segundos a dor da distância. Mas, no minuto seguinte, lembrei dos momentos bons. E eis a filosofia do copo meio-cheio, nunca meio-vazio. O foco naquilo que foi e não naquilo que não foi. O privilégio de viver momentos inesquecíveis, ainda que eles acabem. Chama alta, forte, quente e bela. Acabou. Mas nunca vai deixar de ser fogo. E fogo queima eternamente, ainda que apenas na nossa lembrança.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Preconceitos, quem não os tem? Luto contra eles. Quero parti-los ao meio. Ontem rompi mais um. E este fato é importante, porque casa com meu projeto de vida e com a maneira como quero enxergar as pessoas. Quero uma mente livre, um caminho sem rótulos, amar sem antever ou supor coisas que podem não ser verdadeiras. Quero uma mente liberta da tragédia da padronização, que nos obriga a enquadrar as pessoas e amá-las sempre sob condição de permanecerem dentro do padrão. Somos habituados a emitir julgamentos. Quero enxegar no outro, quem quer que seja, apenas um coração igual ao meu, um ser em aperfeiçoamento, alguém que busca e merece toda a felicidade do mundo, seja ele quem for.
De que vale o quadro mais caro para quem não enxerga a beleza das cores? De que vale a estrela mais bonita de presente para quem não compreende quantos milhares de anos foram necessários para que ela fosse formada? De que vale um céu azul para quem nunca foi capaz de atravessar sozinho uma tempestade? De que vale o mais doce dos beijos para uma coração seco?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A velha busca do sentido. Será que preciso mesmo buscá-lo? Volto a perguntar ao Universo se o sentido já não é apenas existir. E a resposta que ouço é sempre a mesma: sim, o sentido é apenas existir, ser, viver da melhor maneira. Vencer o medo de que algo não faça sentido é uma meta que levo a sério. As coisas não precisam fazer sentido. Deixo a vida correr como um rio, sem pensar na cor da água, na sua densidade, no porque ela corre numa certa direção e não na outra...O sentido, no caso, é apenas observar o curso...E gostar do que vejo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A melancolia não é privilégio de ninguém. Milhares de pessoas bonitas ou não, inteligentes ou não, famosas ou não, ricas ou não, se sentem solitárias. O ser humano é insatisfeito por natureza e nunca se lembra daquilo que possui, apenas do que não tem. É quase um vício enxergar o copo meio-vazio ao invés de meio-cheio.  A mulher mais bonita do mundo pode estar reclamando de solidão neste exato momento. O homem mais rico do mundo pode estar se sentindo miserável neste exato momento. Somos assim, seres com dificuldade para sentir felicidade fora de ideais externos. Ingratidão nata. Enquanto isso, a vida é o único presente com verdadeiro sentido e a felicidade será de algum modo real nesta vida apenas se ela puder ser encontrada do lado de dentro.
Como me desespera ser previsível. Gosto da surpresa. Gosto de ser eu mesma a surpresa que anda e vai e decide os acontecimentos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

As duas moedas da perseverança: a boa e a má. Quem persevera obtém o que busca, certo? Nem sempre. É doloroso saber que você pode esperar vinte anos por algo que quer demais e não alcançar. Está preparado? Ou vive ilusões megalomaníacas que só podem terminar em uma coisa chamada depressão? Depressão é a doença da desilusão, de quem apostou e não venceu, de quem quis e não conquistou, de quem amou e não foi correspondido. Só quem persevera alcança, é verdade. Mas será que você sabe a hora de parar? Será que você sabe que muitas coisas que você almeja não valem o preço? Será que desperdiçar mais dez anos, além dos dez que você já desperdiçou, é o ideal? Será que é justo com você mesmo? Aonde termina a perseverança e começa a teimosia cega e irracional? Aonde termina o amor próprio e começa a autopiedade? Aonde termina a fé e começa o desespero de quem precisa provar  para si mesmo que não foi enganado ou que não se enganou? Saber a hora de parar também é inteligência e autopreservação.

Pensar machuca, questionar corrói. Ser confrontado com a realidade plural de cada fato é algo que dói. Eu quero todas as verdades de cada moeda. Busco em tudo realidades multifocais e não apenas a  parte que me convém, a mais leve, a mais florida, a mais fácil de ser  vivida. Não gosto de ilusões.  E não tenho mais medo do desespero que as descobertas da razão possam me causar. 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sou qualquer coisa hoje tão diferente do que fui um dia, que já nem sei falar a mesma linguagem, nem uso as mesmas roupas, nem digo as mesmas frases, nem leio os mesmos livros, nem tenho os mesmos amigos. Mutável. Seguindo a rota da natureza: mutabilidade. E a permanência, será que é sensata, correta, natural?

Só o que é permanente é a mutabilidade das coisas. Mudar é permanente. A permanência não pode ser permanente. Não faz sentido. As águas passam e não voltam. As estrelas envelhecem, morrem, desaparecem. O corpo humano muda a cada segundo. A lei é a mudança. Será que quem não muda está certo, errado, os dois ou nenhum dos dois? Liberdade. Cada um na sua rota.

De minha parte, mudo o tempo todo. Com relação à viga mestra dos valores, os mais importantes, mantenho uma linha, que sofre alterações agregadas por novas concepções construídas ao longo de anos e anos e anos. Mas os pensamentos, as idéias, os sentimentos, os paradigmas, nenhum deles fica de pé por muito tempo. Eu não deixo. Luto por algum pensamento melhor todos os dias. Cavo cada vez mais fundo. Nunca me conformo. Há sempre uma idéia melhor que a minha me esperando. Se ela existe, quero mesmo conhecê-la. Não posso ser permanente. É contra a minha natureza. Implosões de prédios. Construções de outros. Eu gosto. Aquilo que amei ontem já não posso amar amanhã. Desencontros. Aquilo que anda devagar não pode me alcançar. Aquilo que me pede para esperar, não me conhece. Hoje é quarta-feira. Amanhã é nunca. Hoje talvez fosse o dia. Amanhã, nem sei aonde vou estar. Fale de hoje. Ame agora. Amanhã, nem mesmo há.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sou do tipo que acredita que posso fazer sempre alguma coisa para que a realidade que me cerca se movimente. Não gosto da inatividade. Uma frase que me atormenta é: "o que tiver que ser, será." Será que quem diz esta frase realmente almeja alguma coisa com todo o coração? Esta atitude me desespera. Gosto de ver o resultado da minha ação. Gosto de saber que movi alguma coisa. Não gosto de destino, do acaso, de vontades outras que não a minha. Gosto de ser eu mesma e colher os frutos que eu plantei. "O que tiver que ser, será " sempre foi pouco para mim, porque sempre acabo achando que poderia ter feito algo e não deixado ao acaso a decisão sobre o rumo dos fatos. Sou uma inconformada.

Por outro lado, também não deixo de pensar que esta frase é libertária. É como uma entrega ao Universo daquilo que almejamos, um grande descansar depois de muito agir e não obter qualquer resultado. Então, digamos que eu me contentaria com esta frase em parte apenas após ter batalhado por todas as vias possíveis e não ter encontrado uma saída. Dizê-la, porém, no começo de uma jornada que pode ser modificada pela minha ação é como me tirar a força, a vontade, a vitalidade, o propósito,  o sonho, o poder de mover as situações. 

Todos os seres humanos tem o poder da realização. Não deveríamos deixar nas mãos do acaso, da sorte, das divindades aquilo que nós mesmos podemos fazer.
Há uma porta que só se abre pelo lado de dentro: a Porta do Coração. Forçar a entrada é fechá-la cada vez mais.
Algum dia, todo ser humano será confrontado pelas suas mazelas. E neste dia, será necessário se posicionar. A mudança consiste em reconhecer que o caminho está torto. Sempre é tempo de recomeçar em um caminho novo. Não importa quantos anos tenham se passado, quantos amigos tenham sido perdidos, quantos momentos não tenham sido desfrutados. Enquanto vida houver, sempre haverá esperança. E a chance de recomeços.
Peixe-Vivo e Babe-Fish, meus dois cãezinhos adoráveis. A rotina de ambos consiste em abanar o rabo, comer, passear, brincar e dormir. Eles não sabem que estão vivos. Ou será que sabem? Uma coisa é certa: não demonstram nenhuma preocupação com o fato de existir. Existir, para eles, é leve como uma brisa e pode ser resumido nas necessidades básicas e diversão. São felizes 24 horas por dia, não falam, não reclamam, não se angustiam. Sentem dor e medo apenas por motivo justificado, reagindo a reflexos do externo. Mas não se culpam por nada, não estão ansiosos com o futuro, não autoboicotam seus próprios projetos em razão de traumas, medos e frustrações, não tem inimigos, não precisam de quase nada para que a felicidade plena se faça presente em suas vidinhas todos os dias.

E a Ciência insiste em dizer que somos superiores aos animais...
Olhando por este ponto de vista que descrevi, seria um enorme privilégio ser um cão...

sábado, 4 de dezembro de 2010

E se eu fosse embora hoje para qualquer outro lugar após esta vida, iria com a certeza de que não tenho todas as respostas, não obtive todo o conhecimento que sonhei em adquirir e não realizei todos os sonhos que planejei realizar. Mas outras certeza eu também levaria comigo: a certeza de que de nada me arrependo, não deixei de sonhar quando pude, nada deixei de aprender quando me foi dada a oportunidade. Levaria comigo  infinitas alegrias e a carga de todos os meus erros, mas a certeza de que nenhum deles foi em vão e que, acima de tudo, por meio deles adquiri novas conquistas interiores. Portanto, levá-los comigo seria um prazer, não um desgosto. Levaria, também, uma saudade imensa, mas nenhum sentimento de culpa, nem mesmo das culpas que eventualmente tive ao longo da vida. Desenvolvi o poder de me renovar diariamente. Sou, fui, serei e seria  apenas o que sou hoje e agora. E é justamente este sentimento de presente que me faz uma pessoa feliz.
Quer escutar alguma coisa importante? Fique  em silêncio. O silêncio é o som da transcendência. Escutamos no silêncio coisas que nunca ouviríamos de ninguém e que nunca poderíamos escutar imersos nos barulhos do dia a dia. O silêncio é um jardim no qual colhemos entrelinhas da vida e mistérios do espelho.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Justiça social: será possível? Do lado do meu prédio há um terreno baldio onde será construído outro prédio. Enquanto isso, encostado na parede do bloco, mora um senhor de meia idade em uma tenda de camping azul, pequena, na qual só cabe uma pessoa. Todos os dias, quando chego do trabalho, olho para aquela tenda e, muitas vezes, vejo o homem saíndo de dentro dela carregando um prato de comida. Sujo, despenteado, solitário, abandonado. Ninguém percebeu que ele está por ali. Ou se percebeu, nem notou que se trata de outro ser humano igual, nosso semelhante.
Olho para ele e fico pensando comigo: quem será esse homem? Qual será sua estória? Porque eu tenho uma cama confortável, comida boa, banho quente e ele não? Aonde estaria a justiça divina? E a justiça social, será possível? Distribuir? O que fiz para merecer ou o que ele fez ou deixou de fazer para não merecer? Respostas que eu não tenho. Ninguém as tem. Eu me angustio. As respostas a estas perguntas eu gostaria de ter neste exato momento. Gostaria de saber porque pessoas passam fome, enquanto eu posso comer.
Será possível que algum dia nada falte a ser humano algum nesta terra? Deveria ser assim, não é? Eu gostaria que fosse. Mas almejar não é o bastante.
Enquanto chove e eu tento dormir, me angustia a idéia de a chuva forte destruir a barraca azul, sua única casa. Imagino o frio que está fazendo lá fora e me desespero. Sei que ele não é o único e milhões de pessoas em todos os lugares do mundo estão vivendo em condições ainda mais miseráveis.
O que posso fazer além de refletir? De que vale divagar sem ação? Este homem é alguém com sentimentos, com passado, com sonhos, idéias. É alguém como eu, simplesmente como eu, humano. Alguém que talvez esteja tão perdido que não sabe nem por onde começar para mudar de vida. Quanto desamparo. Me dói. Eu gostaria de achar uma saída para o mundo. Pensar não basta. Pensar é muito pouco.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Nenhum de nós conhece o outro ser humano como julga conhecer. Se ninguém conhece a si mesmo integralmente, porque motivo conheceria o outro? Perpétuos julgamentos, fruto do medo. Quem julga o outro tem medo de uma coisa apenas: do espelho. Julgar o outro é denunciar a si mesmo. É medo de si mesmo. Nada mais faria um ser humano ser tão cruel com sua própria espécie se não tivesse plena consciência daquilo que ele mesmo é capaz de ser e fazer.  
Faça o que tiver que ser feito, sem esperar nada em troca. Você não é definido pelo reconhecimento alheio, mas pela sua ação.