quarta-feira, 31 de agosto de 2011


O pensamento linear é um retrocesso, embora não pareça. Conquanto se imagine que com ele se caminha para frente, ainda que se siga um fluxo correto, a linha reta não permite a "novidade". Caminha-se para frente e, ao mesmo tempo, para trás! Como isso é possível? Imagine você dirigir de uma ponta a outra do país numa linha reta, uma pista limpa, perfeita, mas que há de ser assim por 2.000 km. Que viagem terrível seria essa se toda a paisagem que está nos arredores da estrada não nos desse a força que advém da inovação e que motiva seguir adiante. Olha-se para um lado e para outro, na esperança de enxergar um coelho no meio do mato, um menino na bicicleta, uma árvore diferente. É desses insights representativos do novo que a perspectiva da viagem pode ser modificada e acrescida de qualquer coisa, por mais sutil que seja, que imponha assimilar alguma espécie de crescimento pessoal. A linha reta, sem insights da novidade, nada mais é do que andar para trás, acreditando-se que se anda para frente. Porque o ser humano nasceu para evoluir. E se não evolui, regride. Não há outra opção.
Esquece-se que não se "morre" só por fora. A quantidade de "mortos-vivos" que qualquer um de nós conhecerá ao longo da vida inteira irá sempre extrapolar, e muito, a quantidade de "mortos-enterrados". É inaceitável que alguém desista de ser feliz.
Um amigo que não tem habilidade para ter empatia com a sua dor ou a de outras pessoas, terá sérias dificuldades em te aceitar como você é. São dessas pessoas que se escuta as piores frases nos momentos mais difíceis. Frases tão duras e tão fora de hora, que destróem, em um segundo apenas, 15 anos de amizade.
E sobre a liberdade, ela tem muitas "caras" e "nomes". Definitivamente, o que é liberdade para mim, pode não ser para você.
Só se deveria "penhorar" a liberdade se a "prisão" vale a pena. Mas quando a "prisão" vale realmente a pena, que privilégio sentir-se "preso por vontade"!
Qualquer pessoa mediana saberá a diferença entre "viver uma história de amor" e "cumprir as cláusulas contratuais de um compromisso forçado".
O pulsar de um coração tem o poder de ressuscitar a alma adormecida e traz consigo uma alegria que não é possível disfarçar.
Vê quem quer. A maioria da verdades são claras como a luz do dia e bem a nossa frente. Sequer precisam de maiores esforços de interpretação. Optar por não enxergá-las é só mais uma maneira de enganar a si mesmo.
Tomei conhecimento de mais um desses casos em que um "extremo" inevitavelmente levou a outro "extremo". Nem poderia ser diferente. Se tem um destino que pode ser previsto com pouca margem de erro, é esse.
Meu impulso é inevitavelmente direcionado à busca da felicidade da maneira mais plena possível. Não coloco mais minha energia no "bom" se posso direcioná-la para o que me parece "melhor". E, pela lógica, também não perco meu tempo com o que é "ruim".
Se dói no corpo, talvez tenha doído na alma primeiro. Doenças somáticas. Muita gente tem e não sabe que a causa da doença se chama "infelicidade".
Sempre acho que posso ir mais longe. E, por achar que posso, acabo indo.
Em alguns casos, o confronto direto com um "monstro interior" é questão de sobrevivência: ou vou acordá-lo para lutar contra ele de uma vez por todas ou ele continuará me matando aos poucos, até me matar de vez.
Quem tem o dom de amar, tem tudo. E, francamente, pouca diferença fará qualquer outro.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Reiteradas experiências vão nos deixando mais preparados para dimensionar a realidade de um problema com bastante clareza e combatê-lo de modo eficaz. Às vezes, enxergamos um problema grande demais quando, na verdade, talvez ele não seja. O que falta é enxergar a melhor maneira de solucioná-lo. Ou até mesmo saber qual é o problema de fato. Muita gente luta contra algo que sequer sabe exatamente o que é. Uma tristeza permanente, por exemplo: Mas de onde ela vem? Porque estou triste? Qual a causa? Sempre trato o problema pelo nome dele, encarando-o de frente, jamais fingindo que ele não existe. Vou ao fundo de mim para buscar as raízes dos males. Só é possível lutar contra algo que sabemos o que é. E, a partir disso, buscar todos os meios de aliviar a dor e pensar racionalmente como fazer para vencer o problema. Em alguns casos, talvez, só a paciência resolva, a espera sofrida que implica ter que vencer outro grande inimigo nosso: a ansiedade. É preciso domá-la, senão ela nos aprisiona e destrói nossa qualidade de vida. Há métodos que nos ajudam a fazer isso, além dos espirituais, claro. Outras vezes, nosso problema é outra pessoa. Não podemos mudá-la. Precisamos aprender a lidar com ela. Em outros casos mais extremos, só a esperança e a fé ajudam. Mas a maioria dos problemas são fatos concretos contra os quais podemos lutar  com racionalidade e buscar a ajuda prática que servir para solucionar o tipo de problema. Às vezes, estamos procurando a solução errada. Ao longo da vida, fui simplificando esse raciocínio a cada nova experiência. Cada vez que surge um problema, não me desespero mais. Sofro, mas penso no modo de resolvê-lo, acima de tudo.
Em algum momento, ao longo da nossa trajetória, será necessário "fazer as pazes" com o nosso lado mais sombrio. E convidá-lo para isso. Coragem.
No dor aprendemos a ser fortes e a lutar pela vida de maneira incomum. E a Vida nos retribui.
Realmente, o mundo está perdido. Mas isso não modifica quem você é. ACHE-SE nele! Ninguém é obrigado a seguir o "fluxo". Encontre os seus no meio da multidão, una-se a eles e faça desse mundo um lugar melhor.
A vida é boa demais para que alguém se abstenha de ser feliz aguardando o mundo "girar" a seu favor. "Gire" você sozinho! E o mundo que te acompanhe...
Ser realista é uma atitude mental que traz consigo grande dose de libertação. Porque o realista não se subjuga a nenhuma espécie de ilusão.
Se quem ensina não afirma que aprendeu algo com aquele para quem ensinou, esse alguém não pode ser chamado de mestre. O verdadeiro mestre sabe que ensinar e aprender são indissociáveis. Ensinar é olhar para o espelho todos os dias.
O coração aberto para o novo nos permite vivenciar experiências que justificam chamarmos nossa passagem nesse terra de VIDA.
Ninguém jamais se conhecerá por completo. Mas esse desconhecimento de si mesmo tem estágios. Degraus. Alguns estão em degraus mais baixos; outros, mais altos. O fim da escada não existe. Mas o desencontro será quase certo quando a distância entre os degraus de um e de outro for grande demais.
A maioria dos fracassos pode ser resultado direto da falta de fé na vontade presente. "Acreditar em" é elemento essencial do "Tornar-se realidade".
Quem sabe o que quer sempre terá dificuldades extremas em conviver com alguém que não sabe nem mesmo quem é.
A vida sempre nos dá chances para recomeços. Mas nós também precisamos dar a chance para que o recomeço aconteça. No fundo, é tudo questão de escolha e de se posicionar em um lugar aonde seja possível "ser alcançado". É preciso tirar as sombras do coração, porque se a alma não estiver luminosa, o amor não entra. A Novidade é sempre exigente. Só floresce aonde há espaço livre, situações resolvidas e alma curada.
Nunca vi alguém feliz sem a sua liberdade. Mas também não vi felicidade só por causa dela. Só vi felicidade até hoje em quem não tinha mais a ilusão de que felicidade e liberdade pudessem existir por completo algum dia.
É preciso motivo pra sofrer? De jeito nenhum. Existir já dói por si só vez por outra. Desconfio, francamente, que quem não sente a dor da existência, também nunca experimentou, na outra ponta, o verdadeiro prazer de estar vivo.
Quantas vezes eu já morri de sede em frente ao mar, achando que aquela água eu merecia. Mas mal sabia que sequer poderia tomá-la, porque ela era salgada e me mataria.
Em nome da devoção irracional a certas convenções sociais adoecem almas livres todos os dias.
De algumas coisas, realmente, a gente não se recupera.. Chamo essas marcas de "a grande força motriz na direção contrária". Estão lá para me dizer e me mostrar tudo aquilo que eu não devo ser nunca mais.
O discurso que resolve todas as coisas do mundo com base em regras lineares que desconsideram a amplidão do que é um ser humano, quase que na totalidade, só para fazer valer um "código", me causa um mal estar inexplicável.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Promessas e renúncias - Mudamos o tempo inteiro. Mudam nossas vontades, pontos de vista, carga pessoal; mudam nossos sonhos, caminhos, projetos. Nesse cenário mutável por excelência, como manter uma promessa acerca de algo que não temos controle, algo que hoje "é" mas, amanhã, pode não ser mais? Inconcebível. Não estou invocando um discurso irresponsável, de um pai que promete amparo ao filho e descumpre, de uma esposa que promete levar as crianças à escola e não leva; promessas objetivas, concretas, éticas, proporcionais. Estou me referindo a promessas sobre aspectos da nossa natureza que são puramente abstratos e subjetivos. Como prometer a você o meu amor? Como prometer minha amizade eterna? Isso não faz sentido e não tem a mínima lógica se levarmos em conta a essência da nossa verdadeira natureza. Somos mutáveis. Podemos até optar por não manifestarmos nossas mudanças crônicas. Mas não poderemos impedi-las. A frustração que o choque entre as mudanças e a realidade traz precisa ser levada em conta. Quanta gente renuncia a vida inteira para cumprir uma promessa feita com fundamento em variáveis para lá de questionáveis. "Não prometer" é o mais sensato, mas cada um sabe o quanto deve se anular para manter uma promessa. Também é válido fazer isso, anular-se? Claro. Em se tratando de ser humano, nenhuma opção é descartável. Há muitos valores envolvidos em qualquer temática humanista. No contexto da análise "se uma quebra de promessa vale a pena", o homem aprecia o seguinte choque de princípios: de um lado, o peso da sua promessa; do outro, quanto valerá abrir mão dela. Cada um só pode responder por si. A pergunta é: qual é a relação custo-benefício do seu ato? Seu ato aproveita à felicidade de quem? Se a sua felicidade não estiver incluída na resposta a essa pergunta, há algo de errado nisso. Se seu ato só aproveita à felicidade alheia, mas não considera em absoluto a sua, discordo dessa renúncia.
"Equívocos são proveitosos e não vergonhosos." disse um amigo. E que frase!
Quanta vergonha e humilhação já foram impostas às pessoas que vivem em contextos religiosos com o argumento de "correção divina". Verdadeiras "Inquisições da Alma", aonde não se queimam corpos, mas destroi-se coisas tão importantes como autoestima, respeito, dignidade. Exposição gratuita, fruto de puro sadismo. Não me conformo com a exposição do erro, a invasão de privacidade, a crítica cínica de quem pensa saber o que o outro vive e não faz a menor idéia disso, porque sequer tem condições de se colocar no lugar do outro. Erros são erros. E ponto final. Os piores erros podem vir a ser as principais pontes para os maiores acertos.
Quanta miséria já foi feita nessa terra em nome de um Deus. Qualquer criança recém alfabetizada que tiver a oportunidade de ler os Evangelhos consegue compreender quão leve era a mensagem neles contida. De onde vem, então, tanta carga? Vem da mente de quem não consegue lidar com suas próprias insanidades e distorce o discurso para manifestar por meio dele sua própria loucura. Jesus era humanista. Isso quer dizer que ele entendia o homem, compreendia suas limitações, sabia lidar com a natureza humana e seu discurso foi para a humanidade. Quem se diz discípulo de Cristo deveria se preocupar em seguir seu Mestre aprendendo mais sobre a natureza humana, sua própria natureza e objeto do amor de Jesus e não investir suas horas e dias em discursos que falem de castigo, punição e julgamento. Quanto desgosto deve residir no coração de alguém que passa os dias almejando que almas sejam punidas.  
Como me enojam os dogmas. Quanta ingenuidade no ato de empurrar a nossa própria natureza pra "debaixo do tapete" e se esconder atrás de dogmas achando que ela vai mudar; ou ignorá-la, julgá-la demoníaca e, por isso, ridicularizar a essência do que somos. A natureza não muda. Negar suas nuances só atrapalha a compreensão do que ela é, até onde ela vai, do que ela é capaz e o que podemos fazer com clareza e racionalidade para lidar com ela. Proponho um tratamento puramente frio e racional da nossa natureza e suas manifestações, sem entregar a autoria de todos os nossos erros a seres de outra dimensão, cuja existência sequer podemos provar. Somos nós os únicos responsáveis pelos nossos atos. Quanta falácia no discurso transcendente que busca nos colocar o medo do que somos e nos enclausurar todos em dias em um quadrado para lutar contra o que somos, como se nossa natureza fosse uma miséria completa e nós não fôssemos autores dos nossos atos. Nossa natureza é o que somos e é TUDO o que somos! Se não posso amar o que sou, lidar com o que sou, se sou obrigada a sofrer diuturnamente pelo que sou, não vejo sentido em amar a vida ou sequer em ter nascido. Amo a vida. Nossa natureza é fantástica e tem muito a nos ensinar, principalmente quando erramos e aprendemos a compreender o PORQUE dos nossos erros com a  razão e não com divagações transcedentais. Assumir nossos erros faz parte desse processo. E compreendê-los é essencial para o nosso crescimento. Não é entregando a autoria dos nossos erros a outros seres que vamos entender quem somos de fato e aprender a lidar com o que somos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A escolha é o ato mais solitário que pode existir, ainda que regada a mil conselhos. Porque ninguém pode fazê-la por nós e ninguém sofrerá as consequências dela como nós. Pode haver algo de mais solitário?
Tudo que prometo referente a minha natureza são tentativas confiantes e determinadas. O que faz um ser humano ousar exigir de alguém que esse alguém lhe prometa "acertos"?
Quanto maior o amor, tão mais difícil será colar uma taça quebrada. Em alguns casos, sempre haverá um pouco de vinho saindo por um buraquinho e que vai manchar o pano branco da mesa em dia de festa.
Faz parte do grande jogo de xadrez da vida dar e receber xeque-mates do Universo.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Se a palavra "resgate" tem muitos sentidos, achei um deles. Você "resgata" alguém algum dia. E, um belo dia, esse alguém "resgata" você. "Resgate" numa via de mão dupla. Amor além da compreensão, que vai e volta. O que é doado é guardado, multiplicado e devolvido. E se foi doado de coração, dará fruto algum dia. O amor, na acepção divina do termo, ecoará sempre.
Aprendi a usufruir de cada pequeno detalhe do que é bom nessa vida. E sempre que desfruto o pequenino detalhe daquilo que é bom, recebo de presente a imensidão do que é melhor.
Vivo, logo, tenho angústias. Não acredite em alguém que disser que não as tem, porque esse alguém é um grande mentiroso.
Quem demonstra amor receberá amor. O amor só acredita em quem acredita nele primeiro.

domingo, 21 de agosto de 2011

Quando alguém que pensa ter razão tenta me impor algum entendimento seu, tento pensar que a pessoa está em busca de algo assim como eu, assim como todos nós. Pensar ter encontrado o que buscava é um alívio para ela, assim como seria para qualquer um. E querer dividir o que julga ser uma grande descoberta é uma vontade genuína e bem intencionada, embora, muitas vezes, a maneira escolhida para apresentar esse entendimento seja equivocada e invasiva. Ao invés de criticá-la internamente, tenho tentado me lembrar apenas de que essa pessoa precisa aprender a transmitir seus conhecimentos de maneira mais sábia e agradável, mas que um dia ela vai acabar aprendendo como influenciar as pessoas positivamente respeitando a história e o espaço de cada um.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A cada manhã me sinto mais encorajada a defender somente as melhores coisas, aquelas tantas frequentemente caluniadas pelos incautos e propagadores de convenientes mentiras.

São esses os mesmos que empurram para debaixo do tapete as hipocrisias do ser humano só para salvar a sua pele do julgamento que mancha seu vestido cinza, disfarçado de branco.

Esse humano, tão desencontrado em si, que ousa supor que conhece qualquer verdade, que se deixa invadir pela vaidade de acreditar que tenha encontrado algum caminho que o afaste definitivamente da angústia e da solidão, renegando a sua própria natureza.  

Tão inocente, sempre a procura daquilo que jamais vai encontrar, porque procura no lugar errado, que é fora de si mesmo.

Tão iludido esse desencontrado, que pensa que ainda pode propagar mensagens absolutas, que ele mesmo fez tornarem-se assim e agora quer que tais sejam também as dos outros, para não se sentir tão solitário em sua crença. E é verdade, ele precisa crer, e isso somente porque nada mais lhe resta nessa vida que faça qualquer sentido ou pelo que valha a pena lutar. 

A cada manhã me sinto mais encorajada a arrebentar as amarras do meu corpo e arrancar da mente as vis armadilhas que foram plantadas no meu espírito e que quase inutilizaram a minha alma e tornaram estéreis os meus pensamentos.

A cada dia tudo o que eu almejo é me sentar na escola das suspeitas, porque só nela aprendo alguma coisa e não me assento ao lado de certezas, nem vou com elas para o meu recreio, nem perco tempo com seus jogos e blefes.

A cada dia ouso supor que esse meu caminho por mim escolhido pode me tornar mais livre como um espírito que não tem roupa e não precisa de morada. Um espírito que traça sua própria trajetória, seu código e sua própria moral. A ética pura, que não precisa de divindades para ser validada, porque é bastante em si. Nasce daqui de dentro e não me foi ditada por ninguém de fora.

A cada dia penso nesta vida presente como a mensagem única e verdadeira se estou vivendo e respirando agora. Só quem vive uma infelicidade cortante no agora pode se alegrar por divulgar que a vida após a morte te aguarda com maiores alegrias, motivo que justifica desprezarmos a vida que temos agora. Quem vive bem a vida como uma dádiva, não tem prazer em deixar esse mundo e nem precisa se lastimar por viver nele. E essa é a vida que eu quero viver: a que não me faça almejar mais nada no porvir, ainda que haja o  porvir. Essa é a vida que temos agora, então, ela é a vida verdadeira. O resto é consolo, fuga e desespero. Cada coisa a seu tempo.     

A cada dia me sinto mais encorajada a caminhar como uma sombra de uma eremita de beira de estrada, sempre a procura de uma carona nos caros automóveis da racionalidade e sempre acompanhada de motoristas eremitas como eu.

A cada dia me sinto mais encorajada a dar vazão a poucas emoções, somente aquelas tão irresistíveis porque necessárias para se fazer história e indispensáveis para as transformações. Porque de emoções o tolo está repleto e nelas vagueia como um bicho cego, que cria contos e fantasias para encurtar a dor do que é real, ao invés de utilizar sua inteligência para tornar o mundo um lugar melhor na realidade, e não na fantasia.

A cada dia sinto mais coragem para lutar por minha liberdade, aquela mesma que nasceu comigo e que não sai de mim e que eu não vendo e nem negocio com instituições, tampouco a aprisiono a criações dos desencontrados, nem me envergonho dela, nem comento aonde ela anda, nem conto a ninguém seu endereço, porque só a mim ela recebe em sua casa e aqueles que por mim são convidados.       
Tenho medos que não posso controlar. Outros que jamais poderei vencer. Mas nenhum deles é maior do que o medo que tenho da ignorância. A ignorância cega, destrói, aniquila, mata, afasta, exclui, desarmoniza, castra, oprime, submete. Por causa dela, muitas vidas foram perdidas, muitas almas foram abatidas, inúmeras injustiças foram aceitas e muitos impiedosos foram tratados comos reis.
Por mais extrema que pareça uma fase difícil, se ela está sendo vivida, acabará  se tornando parte indispensável de um processo de crescimento e amadurecimento. Durará o tempo que for necessário e só quem a vivencia saberá a importância dela ao final.
A nossa mente não alcança os mistérios da roda da vida. Podemos chegar a lugares que queríamos por caminhos que jamais imaginávamos que trilharíamos. E podemos chegar a lugares que nossa mente nunca foi sequer capaz de imaginar. Uma das maravilhas de viver consiste nessas fabulosas surpresas. Preparar roteiros talvez não nos sirva da muita coisa. Os saltos, os giros e as voltas que o mundo dá revelam a magia que não está nas regras: a magia do imprevisível!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A importância dos amigos de longa data é muito maior do que se pode imaginar. Só eles podem nos dar a segurança de que qualquer que seja a "aparência" da fase que estivermos vivendo, eles sabem, lá no fundo, quem nós realmente somos!
Nem tudo o que é chamado de “moderno” é necessariamente sinônimo de “evolução”. Em nome da “modernidade”, o ser humano ganha coisas importantes. Mas perde muitas outras também. E, muitas vezes, em nome dessa mesma "modernidade", perde tudo aquilo que mais importa e que jamais deveria ser perdido.

É preciso haver esforço para romper preconceitos, o que de modo algum tem que significar que, com isso, estamos chancelando atitudes com as quais discordamos. Mas para romper preconceitos de modo autêntico e decisivo é preciso empatia, colocar-se no lugar do outro, compreender sua situação. E para colocar-se no lugar do outro de verdade, é necessário interagir com a sua realidade de modo imparcial e completamente desprendido de nossos julgamentos pessoais. O Amor nasce da capacidade de compreender o que o outro vive independentemente das nossas opiniões pessoais sobre sua realidade. Esse processo é dificílimo. Poucas pessoas conseguem construir a vertente do amor genuíno livre de preconceitos. Raramente acredito em alguém que diz que ama o próximo quando percebo que essa pessoa não alcança a realidade desse próximo e tampouco se esforça para isso. É impossível amar alguém se não fazemos questão de compreender o nível de sofrimento daquela pessoa porque não temos capacidade ou vontade de nos colocarmos no lugar dela e preferimos nossas concepções ao invés de abraçar a possibilidade de interagir de modo positivo com uma realidade diferente da nossa. Interagir para buscar compreender aquela realidade e não necessariamente para assimilar essa realidade como algo verdadeiro ou útil para nós. Amor verdadeiro não pode fluir em meio a preconceitos e ausência de compreensão da realidade e da dor alheia. Tentar colocar-se no lugar do outro com sinceridade extrema é resultado de muita vontade de aproximar-se da nossa própria humanidade e de ser confrontado por ela. Só acredito no amor que flui desse processo de pura empatia e conexão íntima com a realidade do outro e com a nossa própria natureza de seres humanos. Fora isso, o pretenso Amor não passa de mero discurso.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Já presenciei muitas "Inquisições". Certamente não vi matarem corpos. Mas não são só corpos que morrem nas "Inquisições". Nas que presenciei, matou-se coisas tão valiosas dentro de seres humanos, que talvez o corpo representasse o mínimo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Minha "religião" é a Paz, o Amor, a Ética e o Bom Senso. Você pode dar a esse conjunto o nome que você quiser dar. Chame-o de qualquer coisa de acordo com o modo como você foi criado. Chame-o de qualquer nome que sua cultura e sua tradição permitiriam chamar. Diga você mesmo que nome tem a minha religião se quiser enquadrá-la em um padrão qualquer. Ache que sou o que você quiser achar que sou. Não fará a mínima diferença o nome que for dado a essa "religião", porque o nome não alterará a essência da ação por meio da qual decorrem os frutos. A árvore é conhecida pelos seus frutos, não pelo seu "nome". Veja os frutos e chame-os do que você bem entender, porque o "nome" não modificará nem a essência, nem a qualidade do fruto. O "nome" é apenas um nome, uma palavra, uma grafia, um símbolo de linguagem. O fruto é o que realmente importa. E a verdadeira essência nele contida.
Tenho a impressão de que ninguém sabe ao certo o que procura até o dia em que encontra.
A maior fonte de aprendizado disponível ao ser humano advém da diversidade. Quem quer realmente aprender, precisa se abrir ao que é diferente.
O homem permanece escravo de seus extremos porque acredita que neles reside alguma espécie de virtude. Mas não há virtude alguma nos extremos. A virtude está na medida do equilíbrio.
A análise correta de um fato só é possível ser feita quando nos concentramos na busca do que está além dos próprios fatos, na essência das coisas e na verdadeira intenção das ações.
Em toda atitude extrema há um triste e inevitável prenúncio.
Acumular sonhos sem ação é acumular motivos para se arrepender de não ter feito tudo aquilo que precisaria ter sido feito.
Amor-Atitude. O resto é palco, estrelato, platéia e necessidade de autopromoção.
O invejoso é um ser previsível, porque a ele só restam duas alternativas: 1) conformar-se internamente; 2) se esforçar claramente ou sutilmente para denegrir a imagem daquele que tem a qualidade que ele já sabe que nunca terá.
Fatos, sentimentos e sensações ficam presos no passado e somente se adéquam a um conjunto de variáveis que só faziam sentido naquela época. Por isso é impossível repetir uma experiência. Reviver é impossível.
Quem fala mal do dinheiro atribuíndo a ele a desgraça do mundo tem sempre o mesmo perfil: 1) não o possui; 2) gostaria de possuí-lo mais do que qualquer outra pessoa na face da terra, mas não tem força de vontade para batalhar por ele; 3) é ressentido com quem o conquistou com trabalho honesto.
Não fecho portas, não estabeleço padrões, não institucionalizo maneiras de "ser" e "acontecer" e não sacramento certezas, porque a certeza de hoje pode vir a ser a dúvida de amanhã. Mas até que a certeza vire dúvida, ela já terá me privado de muitas possibilidades em nome de uma "certeza" que era mutável.
Às vezes, é preciso ir muito longe só para descobrir que não se deveria ter saído do lugar.
Não perde nada quem demonstra afeto espontâneo, ainda que não seja compreendido. A prática da demonstração de afeto é uma receita para se amar cada vez mais. E quem ama cada vez mais, se torna um ser humano melhor.
Se uma das premissas do seu argumento, a menor delas, fere a pessoa, desista do argumento. Porque o que não se pode é desistir da pessoa.
A mesma estrada que a gente vai nunca é a mesma que a gente volta, porque no trajeto de ida você se transforma a ponto de não querer mais voltar pelo mesmo caminho.