sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Nas piores cenários e momentos, ainda encontro beleza e sonho, ainda julgo que vale a pena continuar vivendo, ainda considero inexplicavelmente perfeita e milagrosa a experiência de poder respirar, pensar, sentir. Quem sabe isso seja o que chamam de felicidade?

3 comentários:

  1. Last Breath

    Noite.
    Caminha automático e despretensioso até a janela do quarto para ver o clima e firmar os planos da manhã seguinte.
    Mal chega e experimenta profunda sensação: no incrível espaço da espessura de uma janela, entre verga e peitoril, entalado entre o interno - onde a rotina e a obrigação governam - e o externo - onde explode a opressão rua-trabalho-downtown - seus pulmões conseguem sorver o mais perfeito ar dos últimos anos.
    Êxtase.
    Vive o nirvana por 5 segundos em 20 centímetros.
    Para nunca mais voltar.

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  3. Last Sadness

    Dia.
    Acorda e respira um ar fresco, que parece fogo que entra rasgando o gelo dos pulmões e o desperta de um sono maléfico - a vontade enérgica e insistente de querer mudar de corpo, deixando o seu, e fantasiar-se de outro, formando uma colcha de retalhos de muitos rostos.
    E respira.
    E não pensa.
    E sorri.
    Êxtase.
    Vive o nirvana de perceber a vida cintilando como purpurina colorida esparsa no vento, na melhor noite de carnaval, ao som do samba com a batida de bateria mais forte.
    Viva à vida. Por 5 segundos, a vida lhe pareceu eterna.
    Nela entrou.
    Para nunca mais sair.
    Só quando Deus quiser.

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