sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Estou perdida dentro de idéias e conceitos novos. E todos os dias um paradigma se parte ao meio, como um bloco de gelo se despedaça pela força das ondas que fere esta estrutura fragilizada, formada por idéias vendidas e compradas sem que eu nem mesmo tivesse percebido o preço alto que por elas paguei. E todos os dias, uma vertente nova inunda minha mente de espaços siderais que comportam foguetes em direção a planeta nenhum, nem neste sistema solar, nem em outro qualquer. Foguetes lançados à esmo, pensamentos sem direção, descontrole natural de quem pensa e quer demais desta vida.

E é assim que sou, uma desorientada bem orientada dentro de sua desorientação. Uma alucinada lucidamente iluminada pela sua alucinante lucidez. Um movimento e um estado de coisas mutante que por mutante que é, jamais deveria ser chamado de "estado". Sou o movimento de quem não quer morrer por dentro, sou uma máquina de pensar por pensar, de lançar idéias aos astros e nunca mais correr para buscá-las outra vez.
A comédia é a soberana filosofia e a arte mais autêntica. Mas é claro que a comédia é uma espécie de desespero. O riso gargalhado às alturas é fuga, expiação, manifestação de exarcebada clarividência da realidade patética que nos rodeia. O riso enérgico é uma ressurreição permanente de quem morre todos os dias por sentir o peso da vida.