segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

E é um Leão que vem agora, rasgando a carne e esfarelando os neurônios com pensamentos e idéias incongruentes. E são duas mulheres que lutam em cima de um penhasco, uma procurando atirar a outra lá embaixo. E na luta corpórea de ambas, sinto, em silêncio, o coração sendo esmagado por um Gigante que retira o ar e a fome. Um cenário de monstros ferozes e impiedosos se agita no peito, lugar aonde havia antes um coração que pulsava. E hoje, ele pulsa tanto, que não pulsa mais. E deveras tanto, tanto, que explode e morre de tanto pulsar. E cá está o coração, na minha mão, pulsando a minha vista, como se fosse um ser separado de mim, separado da mente, um ser inteiro. Contradição. Dualidade. Sou uma, sou duas, sou várias. Sou plúrima. Sem dúvida, isso é algum tipo de morte que nossa natureza enfrenta todos os dias, lutando em silêncio contra conflitos e infernos pessoais. E quem pode dizer que jamais sentiu-se assim? Como me enojam seres que amam mostrar a todos a mentirosa perfeição que pensam possuirem, mas que sabem não possuí-la. E travestem suas naturezas para não mostrarem suas fraquezas ao mundo, em troca da devoção de tolos baseada em idéias falsas. E, com isso, se alegram por esconderem suas mazelas. Enquanto isso, penso eu que sou forte, porque vou aonde ninguém tem coragem de ir, faço o que pouca gente tem coragem de fazer: uma viagem para dentro da mim, em busca dos centauros e seres mitológicos que moram aqui dentro, seres de duas cabeças, muitos olhos e dentes.
Natureza humana. Sou eu. Somos todos nós. Iguais.  

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