sábado, 28 de janeiro de 2012
Todo mundo tem a sua história. Se você conhecesse a minha, me estimaria muito mais. E se eu conhecesse a sua, certamente te estimaria muito mais também. É longo e difícil o trajeto de nos tornarmos quem somos. Todos estão no mesmo barco. E cada um tem a sua cruz. Ninguém está melhor que o outro. Todos estão em busca, sempre em busca, sempre lutando, sempre procurando respostas. Todos. TODOS.
As decepções que todos nós passamos ao longo da vida, e que fazem despencar as "máscaras" das pessoas que amamos, é um processo doloroso demais. Nossos heróis vão morrendo, nossos "anjos" vão "perdendo as asas" e nossos amores vão virando pó. Ninguém nunca é tão bom quanto a gente imagina, nem tão leal quanto se espera. Mas ninguém é tão mal que não mereça ser amado. Aliás, amar é justamente o ato de querer bem a alguém essencialmente imperfeito, porque querer bem ao que é perfeito seria fácil demais. Amar é devoção imerecida, é ato quase "heróico", porque do lado de lá, não há deus algum, só um ser humano tão falho quanto. Nisso o Amor se faz soberano: amar sem saber porque; amar até sem motivo; amar quem não fez por merecer; amar só mesmo porque amar é viver e nada mais. Não é questão de mérito - ou ausência dele - de quem recebe o Amor. É questão de mérito de quem dá esse Amor. Saber amar e querer amar, apesar de tudo, é mérito de quem ama. Não há opção mais nobre e não há nada que faça alguém se sentir melhor. Amar é a melhor coisa que alguém pode fazer nessa vida.
O Holocausto não foi um atentado apenas contra os judeus. Foi uma proposta de extermínio de tudo aquilo que era diferente e controverso: judeus, ciganos, homossexuais, deficientes físicos. O Holocausto pregava um culto ao padrão, a uma pseudo raça superior, a uma idéia de conduta coletiva única, ideal único de vida e contrária à diversidade e à liberdade. Holocaustos ainda existem. "Holocaustos" ideológicos acontecem todos os dias. E o pior: disfarçados de "boas práticas" e pautados em justificativas aparentemente "nobres".
Tenho pena dos escravos da estética; de quem não sabe desfrutar uma bela macarronada sem contar as calorias; de quem precisa medir as coxas todos os dias para ver se "aumentaram". Lamento que o desejo e o afeto por si mesmo e pelo outro estejam tão vinculados à uma fita métrica, a uma balança, a um estilo de vida de pura escravidão. Feliz aquele que é livre para apreciar muitos tipos de beleza e enxergar muitas cores e não apenas uma só. Feliz aquele que dorme tranquilo depois de comer uma colherada de leite condensado e o máximo que pensa é: "amanhã eu malho"; e pronto, acabou, sem culpa ou remorso. Que terrível deve ser ter um namorado que te olha atravessado se você pede um sorvete. Esse tipo de escravidão eu não quero pra mim.
É muito fácil ser querido e bajulado entre seus iguais, entre quem pensa e age igualzinho a você, entre os membros da sua própria comunidade. Isso qualquer um faz. Quero ver conquistar o "diferente", o cara que discorda do seu estilo de vida, nunca frequentaria aonde você frequenta, mas é obrigado a respeitar quem você é, porque você soube respeitar quem ele é. Isso sim, é desafio.
Não há espaço para o "Se", para a escolha não feita, para supor como teria sido se o caminho tivesse sido outro. Há estradas que realmente "dá pena" não terem sido percorridas. Há amores que deveriam ter vingado sim. Há corações que por pouco deixaram de encontrar absolutamente tudo o que buscaram a vida inteira. Há desencontros inexplicáveis e imperdoáveis; opções que ninguém entende. Um e-mail que não foi respondido e o destino mudou de rumo. Um sentimento não declarado e o momento passou. Uma coragem que não se teve e tudo escorreu pelos dedos. "Dá pena" sim. Dói deixar ir. Pensar “no que poderia ter sido” aperta o coração e incomoda por meses e até por anos. Mas “aquilo que não foi” não pode ser importante. Não é. Nunca existiu. Não foi. O que importa é o que é, o que pode ser, o que existe de fato. Oportunidades nunca cessam de existir. Conjecturas sobre fatos não mudam fatos. Como teria sido, ninguém saberá. Desapegue-se e siga em frente! Do lado de lá, houve quem não se importou em saber como teria sido e virou a página muito antes de você, sequer deixou que você falasse, nem mesmo quis te ver, sequer entendeu o quanto tudo era tão importante e nem mesmo se esforçou por você. Então, vire a sua. Quem sabe um dia tudo se explique. Ou não. O que importa é o hoje. “Dá pena” sim deixar a música morrer...Mas sempre há uma "Música Nova" e uma "Lua Cheia" esperando por você...
A Música é arte, é terapia, é remédio, é magia, é preencher a existência de alegria. O Músico é poeta, é artista, é matemático, é filósofo das notas musicais, é engenheiro da harmonia, é arquiteto de sonhos, é essência, é movimento, é vento, é o que há de melhor que vibra no mundo. Ser Músico já é ser tanto que ser qualquer outra coisa pra quem é não teria tanta graça. Ainda bem que existe a Música e os Músicos, porque sem eles, a vida não teria sabor.
Talvez fosse o caso de tirar o foco do outro. Ninguém decepciona você. Você se decepciona sozinho, porque enxergou o que não estava ali, ouviu o que nunca foi dito, criou expectativas aonde nunca houve a mais remota esperança. Do lado de lá, talvez o outro nem mesmo entenda o seu desencanto, porque não pensa ter te dado motivos para acreditar no que nunca existiu.
A estrada, é dura. para pessoas que querem o "tudo" da vida, espremer a realidade e extrair dela o melhor, pessoas que não se contentam com meio-amor, meia-amizade, meia-verdade e nem com "amanhã" ou "depois disso ou aquilo". É dura, porque o aprendizado ocorre a base de incisões na alma. E como dói. Mas por detrás de cada lição, há uma riqueza infinita que só adquire quem se expõe ao processo e oferece a alma para ser retaliada em troca do aprendizado. É essa riqueza do processo que me faz almejar não ser diferente do que sou jamais. Essa intensidade, que com o tempo se abranda bastante, é uma marca da personalidade que pode ser trabalhada e convergida para a tomada de decisões inteligentes e racionais. Mas nada e ninguém vai mudar em nós o forte apego ao lado humano de tudo, ao lado "essência" mais pura, ao lado mais vivo. Aprende-se muito. É duro. Mas é belo também. E rico ao extremo. Sim, exigimos, porque partimos da premissa de que do lado de lá há sempre alguém que pode enteder a "grandeza de tudo". A verdade é que quase nunca há ou haverá. A dita "grandeza" está na nossa maneira de ver as coisas, não necessariamente na do outro. É apenas a nossa particular impressão. Para o outro, talvez, nem mesmo seja "grande". Aprendo todos os dias a modular minhas impressões sobre os fatos e sentimentos e me colocar no lugar do outro, mas sem concluir em seu lugar, sem supor que o outro sabe como me sinto, sem pensar que o outro deveria se sentir devedor para comigo. A vida deveria apenas fluir como um rio e tudo que viesse seria lucro. A cada dia mais certeza tenho de que um encaixe primeiro entre duas pessoas, qualquer que seja a natureza do relacionamento, é um ato espontâneo, total e inteiramente volitivo e sem barreira de nenhuma espécie, só os naturais percalços de qualquer ralacionamento que acontecem na sequência. A leveza desse processo de encontro e a certeza de haver achado, externada sem dúvida alguma por ambas as partes, será a prova de haver encontrado a árvore de caules largos embaixo da qual finalmente será possível "acampar" sem peso. Decepções ensinam que não estamos prontos. Porque se estivéssemos, o foco seria o futuro, nunca o passado, o prazer, jamais a culpa, a perspectiva em outra direção de modo quase imediato, o que se ganhou, não o que se perdeu, o copo meio-cheio e não meio-vazio. Estaremos prontos quando a decepção for como um sopro e no dia seguinte parecer uma história contada há muitos anos. A arte do encontro é a arte da leveza acima de tudo. Estar leve é o maior sinal de que chegou a hora de alçar vôos mais altos. Aprender sobre o ser humano não tem preço. Eu não troco minha vida por nada, minhas decepções, meus desencontros. Sou fruto de tudo isso. Não tem preço a satisfação de poder olhar no espelho e se sentir adulta para viver o pior e o melhor momento da vida com a mesma calma e paz. Só obtém essa vitória quem caminhou descalço em um caminho de pedras pontiagudas. Para essas pessoas, estão reservados os melhores sapatinhos de cristal...
Nunca vou conseguir entender como ou porque certas coisas acontecem justamente comigo só pra causar inveja a autores de novelas que, ao longo de toda a vida e no auge da imaginação, não seriam capazes de escrever nada parecido com as maluquices que eu vivencio. Agradeço imensamente por toda essa loucura que vivo permanentemente. Eu gosto. Cansa um tanto, mas eu gosto demais!
Felicidade é simples. Mas as pessoas dão voltas e voltas e voltas e voltas atrás dela. Aí descobrem que ela não estava em lugar algum e em coisa alguma. Se desesperam, porque parece até que ela está em algum lugar inalcançável, mas não é verdade. Ela está presente PERMANENTEMENTE. Basta aprender a enxergá-la.
Viver uma "eterna infância" é uma arte. Não significa ser infantil ou irresponsável. Significa cultivar a beleza, a pureza, a simplicidade e a inocência perante o mal. É viver sem medo, amando e confiando nos sorrisos e na boa intenção do outro. É não guardar mágoa e não alimentar a culpa. Criança não sente ou pratica o mal. O coração de criança é o único que enxerga o melhor lado da vida.
A idade do coração; a idade do primeiro amor; a idade de colecionar papéis de carta; a idade de quem faz a experiência do feijão no algodão; a idade de quem compra um saquinho na banca para preencher o álbum com figurinhas novas. Essa é a idade que eu quero ter sempre: a idade do Bem, do Bom e do Belo, longe da maldade. Bom Dia, Mundo!
Quem é da minha geração, tem como referencial de pesadelo a personagem "Freddy Krueger". Eu também tinha. Aí conheci o conceito de fanático. E passei a ter pesadelos com ele, acordando de madrugada suando e achando que tinha um perto de mim. Krueger virou um Pup de lacinho. Seus dedos de facas viraram mãos acolhedoras. Chego a ter saudade de Krueger e almejar que ele retorne aos meus terrores noturnos...
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