domingo, 5 de dezembro de 2010

Sou do tipo que acredita que posso fazer sempre alguma coisa para que a realidade que me cerca se movimente. Não gosto da inatividade. Uma frase que me atormenta é: "o que tiver que ser, será." Será que quem diz esta frase realmente almeja alguma coisa com todo o coração? Esta atitude me desespera. Gosto de ver o resultado da minha ação. Gosto de saber que movi alguma coisa. Não gosto de destino, do acaso, de vontades outras que não a minha. Gosto de ser eu mesma e colher os frutos que eu plantei. "O que tiver que ser, será " sempre foi pouco para mim, porque sempre acabo achando que poderia ter feito algo e não deixado ao acaso a decisão sobre o rumo dos fatos. Sou uma inconformada.

Por outro lado, também não deixo de pensar que esta frase é libertária. É como uma entrega ao Universo daquilo que almejamos, um grande descansar depois de muito agir e não obter qualquer resultado. Então, digamos que eu me contentaria com esta frase em parte apenas após ter batalhado por todas as vias possíveis e não ter encontrado uma saída. Dizê-la, porém, no começo de uma jornada que pode ser modificada pela minha ação é como me tirar a força, a vontade, a vitalidade, o propósito,  o sonho, o poder de mover as situações. 

Todos os seres humanos tem o poder da realização. Não deveríamos deixar nas mãos do acaso, da sorte, das divindades aquilo que nós mesmos podemos fazer.
Há uma porta que só se abre pelo lado de dentro: a Porta do Coração. Forçar a entrada é fechá-la cada vez mais.
Algum dia, todo ser humano será confrontado pelas suas mazelas. E neste dia, será necessário se posicionar. A mudança consiste em reconhecer que o caminho está torto. Sempre é tempo de recomeçar em um caminho novo. Não importa quantos anos tenham se passado, quantos amigos tenham sido perdidos, quantos momentos não tenham sido desfrutados. Enquanto vida houver, sempre haverá esperança. E a chance de recomeços.
Peixe-Vivo e Babe-Fish, meus dois cãezinhos adoráveis. A rotina de ambos consiste em abanar o rabo, comer, passear, brincar e dormir. Eles não sabem que estão vivos. Ou será que sabem? Uma coisa é certa: não demonstram nenhuma preocupação com o fato de existir. Existir, para eles, é leve como uma brisa e pode ser resumido nas necessidades básicas e diversão. São felizes 24 horas por dia, não falam, não reclamam, não se angustiam. Sentem dor e medo apenas por motivo justificado, reagindo a reflexos do externo. Mas não se culpam por nada, não estão ansiosos com o futuro, não autoboicotam seus próprios projetos em razão de traumas, medos e frustrações, não tem inimigos, não precisam de quase nada para que a felicidade plena se faça presente em suas vidinhas todos os dias.

E a Ciência insiste em dizer que somos superiores aos animais...
Olhando por este ponto de vista que descrevi, seria um enorme privilégio ser um cão...