segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Deixo para os outros aquilo que não posso fazer, assim como deixo para o Universo mistérios que não posso explicar. Não sou onipotente, tampouco onisciente. Sou apenas humana, demasiada humana, como diria Meu Preferido. E você é igual a mim. Nada sabe, como eu. Nada pode, além do que a sua natureza permite. Nada é, a não ser o pouco que já é. No contexto do que pouco que sou, busco ser algo neste mundo que faça qualquer traço de diferença. Buscar um sentido no ser? Cuidado! A busca do sentido é uma armadilha que pode minar a felicidade. O sentido deveria ser apenas existir. A carga do sentido não deveria recair sobre nenhuma espécie de meta, nenhum outro ser humano, nenhuma outra pretensão, a não ser a breve pretensão de existir. Eu existo! Não seria isto o que há de mais forte em ser um humano? Não seria este o sentido? Deixo para o Universo o sentido. Se Ele quiser me dizer qual é, aceito. Se não, vivo assim mesmo, divagando no meu existir, como quem trafega em um trenó na neve. Um caminho escorregadio. Perigoso. Mas divertido.

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